ATA DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 29.10.1996.
Aos vinte e nove dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e trinta minutos constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Oscar Antunes de Oliveira, nos termos do Requerimento nº 21/96 (Processo nº 574/96) de autoria do Vereador Airto Ferronato. Compuseram a MESA: o Vereador Reginaldo Pujol, Presidente dos trabalhos neste Ato, o Senhor Oscar Antunes de Oliveira, o Senhor João Carlos Vasconcellos, representante do Prefeito Municipal, o Senhor Anton Carl Biedermann, Presidente do Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena e Micro-Empresa., o Senhor Ubirajara de Jesus Pereira, representante da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul, o Senhor Marcos Palombini, Prefeito de Vacaria e o Senhor Firmo Carneiro, representante da Câmara Municipal de Vacaria. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional. Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Airto Ferronato, como proponente e pelas Bancadas do PMDB, PT, PDT, PTB, PCdoB, PPS, PSDB e PFL, falou da importância deste ato, por homenagear um professor dedicado, inteligente e sobre tudo, um ótimo funcionário público. O Vereador João Dib, pela Bancada do PPB, discorreu à respeito da importância de se proceder corretamente, pois um dia sempre há de se receber a recompensa, assim como o nosso homenageado. Logo após, o Senhor Presidente registrou as presenças de Daniela, Marco Antônio, José Oscar e Luiz Augusto, todos filhos do Senhor Oscar Antunes de Oliveira. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Vereador Airto Ferronato para, juntamente com o Senhor João Carlos Vasconcellos, representante do Senhor Prefeito Municipal e também o Senhor Marcos Palombini, Prefeito de Vacaria, que fizesse a entrega do Diploma e da Medalha da Titulação conferida por lei ao Senhor Oscar Antunes de Oliveira. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao novo Cidadão de Porto Alegre, que saudou os componentes da Mesa e demais presentes, agradecendo pela presente homenagem. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou o Senhor Oscar Antunes de Oliveira para fazer a entrega da obra “Porto Alegre a Beira do Rio e do Meu Coração” ao Senhor Marcos Palombini, Prefeito de Vacaria. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Dib para que entregasse ao Vereador Firmo Carneiro a mesma obra. Logo após, o Senhor Presidente convidou o Vereador Airto Ferronato para fazer a entrega da mesma obra ao homenageado. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos, para em pé assistirem a execução do Hino Riograndense. Às quinze horas e trinta minutos nada mais havendo a tratar o Senhor Presidente agradeceu à presença de todos e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária que se realizará amanhã à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador Airto Ferronato como secretário “ad hoc”. Do que eu, Airto Ferronato secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.
- O horário de encerramento da Sessão deve ser alterado de “quinze
horas e trinta minutos” para “dezesseis horas e trinta minutos”.
O sr. presidente (Reginaldo Pujol): Damos por abertos os
trabalhos da 31ª Sessão Solene, que tem por objetivo a entrega do Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Oscar Antunes de Oliveira.
Convido o Dr. Oscar Antunes de Oliveira para
compor a Mesa Diretora dos trabalhos; o ilustre representante do Sr. Prefeito
Municipal, Dr. João Carlos Vasconcellos; o ilustre homem público rio-grandense,
com quem tive a oportunidade de conviver em várias ocasiões, Deputado,
Secretário de Estado e hoje Prefeito da cidade natal do homenageado, Dr. Marcos
Palombini, de Vacaria; o ilustre Presidente do SEBRAE, Dr. Anton Carl
Biedermann; o ilustre Jornalista e Vereador, representante da Câmara Municipal
de Vacaria, Firmo Carneiro, nosso colega de lides legislativas.
Por final, e não por menos importante, mas
até pelo significado que tem junto ao nosso homenageado - a entidade que o Dr.
Ubirajara de Jesus Pereira representa -, eu convido o representante da
FEDERASUL a ocupar, também, um lugar em nossa Mesa.
Iniciando os trabalhos, convido a todos para,
em pé, ouvir o Hino Nacional.
(É executado o Hino Nacional.)
Srs. Vereadores; meus Senhores. Há
circunstâncias na vida dos homens que gratificam sobremaneira aqueles que, de
uma forma ou de outra, intentam na área do serviço público, especialmente nas
lides políticas parlamentares.
Sabe o ilustre Ver. Airto Ferronato, inspirado
proponente do Projeto de Lei transformado na Lei que outorga a Oscar Antunes de
Oliveira o Título de Cidadão de Porto Alegre, que, ao encaminhar a votação do
Projeto, nos manifestamos naquela ocasião, até mesmo em sentimento de positiva
inveja - ao ilustre Ver. Airto Ferronato - pelas circunstâncias de que a sua
pena tenha sido a primeira a firmar o ante-projeto de lei que seria aprovado
por unanimidade nesta Casa.
Não desconhecem alguns dos nossos ilustres
convidados, especialmente o meu amigo Cidino Vieira, Prefeito eleito de Arroio
dos Ratos, nem tampouco o conterrâneo Oscar Enio Berwanger, menos ainda o
ilustre cidadão de Porto Alegre, meu dileto professor Claudio Tolfo, as
vinculações pessoais que me unem a Oscar Antunes de Oliveira.
Certamente, não esperaria, como Secretário da
Casa, me fosse permitida esta honraria especial de poder presidir esta Sessão
Solene, que o faço até com um certo grau de emotividade.
Por
isso, não pude me permitir iniciar os trabalhos, transferindo a palavra ao
ilustre Ver. Airto Ferronato, proponente desta Sessão e também do Projeto que
redundou na Lei que faz justiça a esse grande cidadão do Rio Grande, da
Vacaria, agora de Porto Alegre, sem antes fazer essas referências pessoais.
Com satisfação estará com a palavra o Ver.
Airto Ferronato, que falará em nome das bancadas do PMDB, PT, PDT, PTB, PC do
B, PPS, PSDB e também em nome do Partido da Frente Liberal.
O SR. AIRTO
FERRONATO: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) A partir de 1990, através de uma Resolução da Câmara Municipal de
Porto Alegre, cada Vereador pode apresentar um Título de Cidadão de Porto
Alegre. Eu tomei a iniciativa de homenagear o Prof. Oscar Antunes de Oliveira.
Esse ato se reveste de uma importância toda especial, eis que é o Título que
concedo neste ano e é, talvez, o último Título que venho a conceder em razão do
nosso afastamento da Câmara a partir de 1º de janeiro de 1997.
Eu encaminhei este Título fazendo uma pequena
análise da situação, dizendo o seguinte: o professor Oscar Antunes foi meu
professor, na Faculdade São Judas Tadeu, ainda hoje é um ilustre professor
daquela nossa Instituição; e o nosso professor Romildo, Diretor da Faculdade,
foi também meu professor lá da São Judas Tadeu. Fiz um concurso, em um
determinado momento, para a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado, passei, e
lá encontrei o meu professor Romildo, o Professor Oscar Antunes, funcionários
da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado. Então, entendo que essa homenagem é
uma homenagem que se presta ao Professor Oscar e presta-se também aos nossos
colegas da Contadoria, dos quais vejo alguns aqui. Lecionamos juntos na PUC por
muito tempo. Hoje o Professor Oscar está no DARF, órgão vinculado à Secretaria
da Fazenda, na área da fiscalização.
Vejo no Professor Oscar, em primeiro lugar,
um professor dedicado, inteligente; um funcionário público, um servidor público
modelo para nós. Ao assumir como Vereador de Porto Alegre encontrei, mais uma
vez, o Professor Oscar Antunes permanentemente aqui na Câmara, nas solenidades,
quando se fazia presente a FEDERASUL. Via também, no Professor Oscar Antunes, o
serviço público, o setor privado e as nossas empresas de Porto Alegre, que
prestam também relevantes serviços. Daí o porquê desta homenagem, dizendo que é
uma homenagem que para mim é importante, e também um momento interessante, eis
que falo por “n” Partidos aqui da Câmara, neste momento solene importante para
a Cidade de Porto Alegre. E fico satisfeito em prestar esta homenagem a um
gaúcho do interior, homem que veio do interior para Porto Alegre. Também me
espelho no Professor Oscar, porque também vim do interior para cá, e aqui o
Prof. Oscar Antunes fez sua belíssima e brilhante carreira.
Já era de fato cidadão de Porto Alegre.
Sempre foi, desde que aqui esteve, prestando serviços. Como dizia o nosso
ilustre Presidente da Câmara, uma homenagem dessas se faz a pessoas que se
destacam junto à sociedade. Quando se apresenta esse Título, não o fazemos
sozinhos. Tomamos a iniciativa de apresentar o Título, destacar uma pessoa, e
as demais Lideranças da Câmara, obrigatoriamente, colocam o seu aval também
sendo proponentes da Sessão. Dentre uma série longa de atividades do Prof.
Oscar, algumas já referi aqui, como a de professor da Faculdade São Judas e da
PUC. Participou, também, ativamente, da Ritter dos Reis. Hoje, em Porto Alegre,
quando se fala em advogados, economistas, administradores, contadores e um
número grande dessas nossas carreiras profissionais, sabemos que muitas dessas
pessoas foram alunos do Prof. Oscar nas diferentes instituições de que ele
participou. Ele possui curso de mestrado na UFRGS, com especialização em
Finanças e Tributação; ele foi coordenador e executor do Ministério de Educação
no Estado do Rio Grande do Sul, para campanhas de educação de adultos; é integrante
do Conselho de Coordenação do Ensino e da Pesquisa da UFRGS. Por sua destacada
atuação, foi distinguido com o diploma “Medalha Irmão Afonso” pela Reitoria da
PUC. Tem uma série de outros títulos. Mas ele não se restringe ao magistério:
atua na área da Previdência Social. desempenhou funções de integrante do corpo
técnico da Secretaria da Fazenda, como Auditor de Finanças Públicas. Foi
Contador da Contadoria-Geral do Estado, na nossa Secretaria da Fazenda. Foi
chefe da área financeira. Foi contador seccional na Justiça, na Segurança
Pública, no Trabalho e Ação Social. foi Diretor-Administrativo da Secretaria do
Trabalho e Habitação e Conselheiro da COHAB e da Fundação Gaúcha do Trabalho.
ocupou também os cargos de Diretor Técnico, Chefe da Junta de Coordenação
Financeira do Estado. Presidiu a Associação dos Funcionários da Contadoria e
Diretoria Regional do Estado e a Associação dos Funcionários dos Órgãos
centrais da Fazenda, à qual, com muita honra pertenci.
Nosso
homenageado é um empresário muito bem-sucedido. Como advogado, Oscar Antunes
atua no Fórum da Comarca de Porto Alegre, notadamente no Tribunal do Júri;
atualmente ocupa o cargo de Juiz Titular na 2ª Câmara do Tribunal
Administrativo de Recursos Fiscais. Por todos os serviços prestados nesses
longos anos à nossa Cidade, a Câmara de Vereadores concede-lhe este Título
Honorífico, expressando o seu reconhecimento.
Teria muitas coisas mais a dizer, mas como o
tempo está terminando, citarei um pequeno conto. Sou católico, cristão,
convicto: “Certa vez, uma pessoa comprou uma casa com um terreno todo
“esbudegado”, tinha lata por todos os lados, velhas e sujas. Ele fez um
belíssimo jardim, cultivou-o e, quando estava florido, uma pessoa passou e
falou: - Como Deus faz maravilhas! Ele disse: - Se a senhora soubesse como era
quando Ele cuidava sozinho!”
O Prof. Oscar Antunes, com os caminhos
traçados por Deus, cuidou e regou muito bem o seu jardim; hoje, é um cidadão de
Porto Alegre por seus méritos, por seus feitos, aqui, na Capital do povo
Gaúcho.
Parabéns e obrigado pela presença de todos
neste ato. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Queremos registrar a presença da Daniela, do Marco Antônio, do José Oscar e do
Luiz Augusto, todos filhos do Dr. Oscar Antunes de Oliveira, que nos dão o
prazer de suas presenças nesta Sessão Solene.
O Ver. João Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO
DIB: (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Não vou falar das qualidades do
homenageado, porque, se foi homenageado, tinha razões sobradas para sê-lo.
Talvez faça diferente: vou falar de mim mesmo. Tive a sorte de ter sido amigo
do melhor Prefeito dessa Cidade, Sr. José Loureiro da Silva; tive a sorte e a
felicidade de ser amigo, conviver e trabalhar com Guilherme Socias Vilela e com
Telmo Thompson Flores, dois excepcionais Prefeitos que essa Cidade teve.
Também, tive a sorte de conviver com José Aloísio Filho que, no meu
entendimento, foi o melhor Presidente que esta Câmara já teve. E foi com
Aloísio Filho que aprendi uma coisa: quando um Vereador é homenageado, os
outros Vereadores deveriam entender que a Câmara estava sendo homenageada.
Hoje, Oscar Antunes de Oliveira está sendo homenageado, e sinto um pedacinho de
homenagem para mim, pois nasci na mesma terra. E o Prefeito e os Vereadores de
Vacaria devem estar bastante felizes, porque Vacaria está sendo homenageada
mais uma vez, agora, na figura de Oscar.
Se não vou falar das qualidades do nosso
homenageado, preciso me dirigir à Daniela, ao Marco Antônio, ao José Oscar e ao
Luiz Augusto, filhos do homenageado, para dizer-lhes o quanto é importante
proceder corretamente, para dizer-lhes que se espera do cidadão que ele aja
sempre bem, que ele procure dar de si, e não tomar, porque, mais cedo ou mais
tarde, sempre há de receber a recompensa por esse trabalho.
Isto sim vou dizer: Oscar Antunes de Oliveira
é um exemplo a ser seguido pelos seus filhos. Seus amigos sabem muito bem, pois
também seguem a mesma trilha, porque são pessoas dedicadas e com preocupação
com a coletividade, dedicadas aos seus semelhantes, o que faz, então, com que
esta homenagem também seja um pouco a seus amigos. Não fora a amizade, não fora
o carinho, não fora a confraternização e não fora a solidariedade, de repente,
talvez, não chegasse a ocupar todas as posições já ocupadas com brilhantismo.
Já que o Ver. Airto Ferronato falou na Igreja
Católica - ele é católico - e falou na construção do prédio e do jardim, eu
também vou contar uma história. Eu não ficar atrás do Ferronato, porque lá em
Vacaria nós não ficamos atrás de ninguém. Um cidadão olhava dois homens
trabalhando - ele viu que eram dois pedreiros. Um cantava e o outro praguejava.
Ele chegou para o que praguejava e disse: “Meu amigo, o que o senhor está
fazendo aí? - Não vê que eu estou levantando uma parede?” Ele perguntou ao
outro, que estava cantando e fazia o mesmo trabalho, o que ele estava fazendo
ali. Ele respondeu: “Olha, o senhor não vê que eu estou construindo uma
catedral?” Então, as pessoas que se destacam constroem catedral. E o que nós
queremos, agora, do Oscar Antunes de Oliveira é que ele continue construindo
catedral, porque, quando a Cidade de Porto Alegre escolhe alguém para seu
filho, temos certeza de que ele continuará trabalhando como fez até agora.
Sucesso! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Convidamos o Ver. Airto Ferronato para, juntamente com o ilustre representante
do Sr. Prefeito Municipal, Dr. João Carlos Vasconcellos, fazer a entrega do
Diploma e da Medalha da titulação conferida por lei ao ilustre Dr. Oscar
Antunes de Oliveira. E me permito introduzir uma peça nova nesta solenidade
convidando o ilustre Prefeito de Vacaria, Dr. Marcos Palombini, para que também
faça parte desse ato.
(Procede-se à entrega do Título.)
Tenho a satisfação de transferir a palavra ao
novo Cidadão de Porto Alegre, Dr. Oscar Antunes de Oliveira.
O SR. OSCAR
ANTUNES DE OLIVEIRA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
(Lê.)
“Num gesto de grande generosidade que muito
me desvanece e comove, esta colenda Câmara de Vereadores me concede o TÍTULO
HONORÍFICO DE CIDADÃO DE PORTO ALEGRE, Legislativo composto de políticos que se
doaram à causa pública e que lograram
edificar, com fruto de seu trabalho, o conceito que desfrutam e que é motivo de
orgulho para a comunidade metropolitana.
Assim, é difícil adentrar neste templo de
leis para falar a homens experimentados na arte de “dizer” - a arte de
expressar o que pensam.
É preciso, pois, para agradecer-vos, tentar
usar os mesmos instrumentos de trabalho de V. Exas., que é a Luz e o Verbo.
Luz é esplendor tanto no seu incognoscível de
Deus, como no universo curvo, limitado, acanhado da concepção existencial.
Verbo é manifestação do espírito, quer, no
elevado plano divino, quer na escala da sociedade humana.
Sem luz não há cosmos! Sem verbo não há
humanidade!
A luz ilumina, revela a verdade. O verbo
manifesta a verdade, a verdade aproxima os homens.
É pensando nestes dois grandes mistérios
bíblicos que eu tenho a honra e a alegria de, inspirado na luz divina do
espírito, usar a alavanca poderosa do verbo para manifestar através da minha
palavra meus sentimentos nesta solenidade.
Maravilhoso é o verbo. Com ele saúdo e
agradeço aos Srs. Vereadores e ofereço singelas flores verbais aos amigos que
vieram compartilhar desta festa tão significativa ao meu coração. O meu valioso
amigo, Dr. Ferronato, por labutarmos juntos na cátedra, conhecendo minha vida e
meu desempenho, lembrou o meu nome para submetê-lo à apreciação desta Casa, que
terminou por me conceder esta inimaginável e incomum honraria. Vivo, por isso,
um grande momento.
É como me sentir no cimo ensolarado da montanha
na posse dos victores ambicionados na dura escalada.
Daqui descortino e sinto o deslumbramento da paisagem e o colorido festivo que
a envolve, mas não posso me demorar nesta contemplação, exatamente porque
reflete apenas parada fugaz e tranqüila no torvelinho das atividades humanas e
o sol destas alturas me concita e me estimula para novas e mais ardidas
caminhadas. Desempenho minhas tarefas com a sossegada impressão de cumprir um
dever.
Como professor me comunico com as novas
gerações na convicção de que, como ensina RUI, “a suprema Santificação da
linguagem abaixo da prece está no ensino da mocidade” - “a suprema santificação
da linguagem abaixo da oração está no ensino da mocidade”. Ajudo a formar
sucessivamente advogados e economistas sempre com a visão conjuntural e
espírito público para viverem e colaborarem num país com cara de futuro,
lembrando Nietchske, no seu livro “Assim falou Zaratrusta”, quando diz que “o
mundo se move no seu giro eterno em torno dos descobridores de valores novos”.
Na função pública, na Fazenda Estadual, eu e
o doutor Airto, procuramos, seguindo rigorosa tradição da casa, corresponder
com desempenho de qualidade a remuneração que o Estado proporciona, procurando,
sempre, dar algo mais em serviço para o bem comum, obedecendo preceito de
doutrina social. Sempre estive consciente de que, sem economia organizada, a
justiça e a paz terão domínio precário na sociedade.
Como empresário - Minha política não se
baseia em nenhuma teoria econômica de difícil entendimento, mas nas coisas que
eu e milhões de pessoas iguais a mim aprendemos: pagamento honesto para uma
jornada honesta de trabalho, viver de acordo com os próprios recursos, economizar
para as épocas de vacas magras, pagar as contas em dia.
Hoje, na Vice-Presidência da Federasul, a
estratégia é a liberdade nos mercados e a pressão, sobre o governo, para o
férreo controle das emissões. Em economia, tudo que não marcha bem marcha para pior.
A hiperinflação que quase nos atingiu foi um fenômeno de hiperdesconfiança. Sem
confiança não há moeda nacional. Hoje o panorama mudou. Os vários segmentos
sociais - Executivo, Legislativo, Faculdades, Entidades do Comércio e Indústria
- começam a se identificar pela irradiação fulgente de princípios e pensamentos
comuns.
Há um sentido e um desejo de união nacional.
Essa união será um patrimônio moral que não
se aliena, um harmonial da nossa nobreza que por certo nos guiará e nos
conduzirá nas vicissitudes da vida nos meandros do futuro e no entrechoque das
disputas.
Daí, tiraremos ânimo e força para constituir,
no maior país da América do Sul, uma sociedade em que haja trabalho digno para
todos os braços, pão para todas as bocas, assistência para todos os
necessitados e justiça para todos os cidadãos. Concebo não utópico paraíso
terrestre, mas um país liberto da miséria fundado na paz, no direito e no
progresso.
Despeço-me, já com saudades das alegrias
desta hora de inigualável convívio.
Sinto que a existência será sempre mesquinha
quando tiver apenas um sentido material e egoísta. Temos o dever de sublimá-la
à medida que lhe compreendemos o significado e seu verdadeiro destino.
Quando chegar o momento de deixá-la,
poderemos rever o passado com tranqüilidade, repetindo as palavras de São Paulo
“Bonum certamem certavi, cursum consumavi, fidem servavi”. “Combati o bom
combate, terminei a minha carreira e guardei a fé”. Que Deus nos inspire, nos
faça sempre dignos desta Casa e nos dê força e coragem para combater o bom
combate. Que ele transforme nossa fé numa inspiração de vida e o conhecimento e
a experiência adquirida num instrumento de luta pela realização do bem e da
justiça.”
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu tive a oportunidade de dizer ao Dr. Oscar Antunes de Oliveira que
eu me reportava há 27 anos - dia 07 de dezembro de 1969 -, quando, na tribuna
da Pontifícia Universidade Católica, eu ouvia, com atenção, um novo orador, um
novo advogado, que, então, se diplomava. Outro não era senão o nosso
homenageado de hoje, o Dr. Oscar Antunes de Oliveira.
Quero aproveitar o ensejo desta nossa Sessão
Solene e, sem nenhum temor de ferir algumas regras do formalismo, acentuar ao
Ver. Airto Ferronato os meus cumprimentos pessoais pela sua inspiração e,
sobretudo, pela circunstância - como ele muito bem assinalou - de que este ato
solene se dá numa Sessão que marca, provavelmente, uma breve despedida que esse
bravo companheiro será compelido a realizar, não por muito tempo, das lides
desta Casa. O Dr. Oscar Antunes de Oliveira, nosso novo e ilustre cidadão, sabe
que Porto Alegre não pode prescindir do talento, da compatibilidade, da lisura,
sobretudo do espírito público de homens como Airto Ferronato. Pois às vezes,
posso lhes falar de cadeira, as coisas retardam um pouco, mas o rio retoma seu
leito natural.
Gostaria, cumprimentando o nosso novo cidadão
de Porto Alegre, de dizer que esta Casa hoje se sentiu muito honrada e muito
feliz em receber uma plêiade de pessoas da nossa comunidade que demonstram, com
clareza, a abrangência, o prestígio social que Oscar Antunes de Oliveira
adquiriu nesta Cidade de Porto Alegre ao longo dos vários anos em que aqui
mora.
Hoje vemos um assessor e um assessorado, lado
a lado, aqui nesta homenagem, ao colega de serviço, de escola, de trabalho, de
estudo, conterrâneo, amigo, cidadão, líder político, homem simples, as
mulheres, aos filhos, aos pais, enfim, todos trazendo, por uma razão ou outra,
o abraço fraterno nessa homenagem, o Dr. Clóvis Jacobi, Cidino Vieira, Homero
Guerreiro, Enio Berwanger, Cláudio Tolfo, enfim, todos representam um pequeno
elo da tua vida. Quero neles me incluir como teu colega de atividades
acadêmicas. Nesse ombro amigo verti lágrimas quando mal consegui identificar o
sinal de aprovação, no ano de 65, na nossa prova de vestibular.
A esse companheirismo quero dedicar uma
homenagem especial. Já que a circunstância me colocou presidindo os trabalhos
neste momento, quero delegar ao novo cidadão de Porto Alegre, que, obviamente,
como é do seu feitio, haverá de ser integrante da nossa comunidade de Cidadãos
Honorários de Porto Alegre, que cumpra a sua primeira tarefa: entregue ao seu
Prefeito de Vacaria uma obra editada como comemoração dos dez anos da nova sede
da Câmara Municipal, uma antologia poética, que tem como título: “Porto Alegre
à Beira do Rio e em Meu Coração”, dos poetas Luiz de Miranda e Luiz Coronel.
Solicito ao Ver. João Dib que entregue uma
coletânea dos autores já citados ao ilustre Vereador que representa, neste
momento, o Legislativo de Vacaria.
(É feita a entrega.)
Solicito ao Ver. Airto Ferronato que entregue
ao Dr. Oscar essa obra.
(É feita a entrega.)
Quero agradecer a todos que nos ajudaram a
construir esta homenagem justa e merecida ao Oscar, com quem tive o privilégio
de conviver por tanto tempo e a quem me arrisco a incluir entre os meus amigos
pessoais.
Convido a todos para, em pé, ouvirmos o Hino
Rio-Grandense.
(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)
Estão encerrados os trabalhos dessa Sessão
Solene.
(Encerra-se a Sessão às 15h30min.)
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